Essa semana aconteceu um fato corriqueiro e irritante. Uma pessoa do local onde eu trabalho, que tem uma boa área de grama em volta e mais alguns terrenos não modificados pelo homem um pouco mais distantes, me ligou para dizer que uma das gatas que viviam por ali, tinha dado cria e que o procedimento padrão era enviá-las para morte na zoonoses. Ele não usou a palavra morte, mas isso é óbvio.
A pessoa queria que eu, minha esposa, ou a associação protetora dos animais do DF, tomasse uma atitude (resgatasse os animais). O fato é que não podemos cuidar de todos os animais do mundo sozinhos. Nem nós, nem a ProAnima, nem ninguém. Já cuidamos de muitos. É preciso que cada pessoa entenda seu papel nisso tudo.
O rapaz me relatou que esse é o "procedimento padrão" do local. Mais pessoas se envolveram nesta situação e nos ligaram também. Até secretários. Quando digo secretários, é no sentido do serviço público. Um chefe de uma secretaria inteira. Eles queriam que nós fizessemos o resgate porque tinham pena do que aconteceria com os animais. Acreditem, nós também temos. Quem nos conhece sabe que a pouco menos de seis meses, resgatamos quatro filhotes abandonados com 1 dia de vida. Acolhemos uma mãe de leite e um outro orfão de uma semana. Cuidamos dos seis. Os que sobreviveram, foram adotados e estão bem hoje. Mas não temos condições de fazer isso sempre. Nem psicologicamente, nem financeiramente. Além disso, ainda temos os nossos próprios para cuidar. Que não são poucos, mas são muito bem cuidados.
O fato é: ninguém toma uma atitude, nem mesmo aqueles que tem mais poder. O procedimento padrão pode ser mudado. Precisa mesmo ser assim? Não poderiam mudar as regras? O procedimento correto era castrar o animal e após uma semana, devolvê-lo ao local para que ele siga com sua vida. Ele mesmo impediria que outros animais chegassem. Aquele seria o território dele. Após removê-lo, virá outro e mais outro. E todos serão mortos.
Não existe uma proliferação de doenças, nem uma infestação de bixos. Então, porque não podemos aprender a viver com animais entre nós? Em Brasília existe uma forte política de extermínio dos animais encontrados na rua. Eles praticamente não existem.
E as pessoas não conseguem tomar uma atitude por elas mesmas e ficam pedindo para que os outros o façam. Se você está com pena de um animal, porque ele será sacrificado, não peça para outras pessoas fazerem algo. Faça você mesmo.
Existem muitas pessoas que cuidam de animais que não moram com elas. A primeira providência é castrá-los e existem clínicas veterinárias que fazem isso a preço de custo para animais de rua. As associações protetoras também poderão ajudá-lo nesse sentido. Elas conseguem castrações a preço de custo em clinicas parceiras se você chegar com um animal de rua lá. Mas não tente castrar seu próprio animal por esses programas. Os veterinários sabem quando o animal é de rua. Seja honesto para que os programas possam continuar a existir.
O que você não pode fazer de forma alguma é cuidar dos animais sem castrá-los, porque o número aumentará exponencialmente, todos iram querem comida, irão viver juntos naquele local, será um ambiente propício para doenças e isso vai se tornar um problema realmente maior.
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